O deputado Zé Teixeira (PSDB) usou a tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) para pedir uma reavaliação dos recursos destinados ao Hospital da Vida, em Dourados, pelo amplo atendimento que a entidade presta à região. Ele comparou os recursos à Três Lagoas e à Ponta Porã, com base no Resumo Demonstrativo de Produção de Valores Contratualizados, da Prefeitura Municipal de Dourados.
“Para Três Lagoas, uma quantidade de tabela SUS paga mensalmente equivalente a R$ 16,80, com o valor mensal de contrato de R$ 8.842.779,86. Para Ponta Porã, uma quantidade de tabela SUS paga equivalente a R$ 9,36, com o valor de repasse mensal contratado de R$ 7.779.149,88, sendo que para Dourados a quantidade de tabela SUS paga R$ 6,36, somando o valor mensal do contrato em R$ 8.518.726,29”, detalhou o deputado.
Em indicação enviada ao Governo do Estado, o parlamentar pediu ao governador Eduardo Riedel (PSDB) levar em consideração que a média da população atendida pelos hospitais de Três Lagoas e Ponta Porã, somados, estimam em média 360 mil habitantes, enquanto Dourados tem uma média de 800 mil pacientes atendidos.
“Não se consegue fazer uma saúde a contento. Imagine em Campo Grande, que recebe a alta complexidade do Estado. Tenho certeza que o governador vai ser sensível ao olhar esses dados, para conseguir repassar uma quantidade maior de recursos para que possa atender o município e a região. Sei de pacientes que esperam um ano ou mais para uma cirurgia eletiva. Também quero pedir apoio à bancada federal e ao Ministério da Saúde, para que olhem para Dourados, pois tem doenças que não podem demorar, que quando for atender tem que já ir em busca do caixão, porque não tem mais condições de cura, como o câncer. Saúde tem que ser prioridade, porque só se sente a dor do outro quando passa”, afirmou Zé Teixeira.
O deputado Caravina (PSDB) concordou. “Esse é um assunto que mexe com todos nós. Como ex-prefeito eu nunca deixei de investir menos que 27%, sendo que o mínimo por lei é 15%. Cheguei a investir 32%, porque a demanda é diária. Temos que falar da judicialização da Saúde, porque com o avanço das tecnologias, essas demandas com experimento e remédios novos, os valores são absurdos. O Estado recorre, é um longo período, impacta nos orçamentos. Precisamos avançar em novas fontes de recursos. Avançar no que é prioridade, saúde não dá para esperar”, destacou.
Da mesma forma, a deputada Gleice Jane (PT) ressaltou que uma alternativa, já pedida pelo seu mandato, é destinar recursos que seriam para a construção de uma maternidade para a ampliação do Hospital da Vida em Dourados. “A gente fez esse pedido e acompanha a situação que, com o passar dos anos só piora. Outra coisa é que uma criança com deficiência ou doença rara ela precisa primeiro entrar na Justiça para conseguir algo e o Estado tem uma despesa enorme com o Poder Judiciário para atender essa população. A média de espera são de dois anos. Isso é muito tempo, a situação se agrava. Estou acompanhando uma jovem que precisa imediatamente de um remédio e como não conseguiu ela veio para Campo Grande fazer um transplante de fígado, quando o Estado poderia ter dado essa medicação em primeiro momento. Sabemos que o Paraná não passa por isso. Precisamos desmontar algumas estruturas, por exemplo, em vez de dar para o Poder Judiciário, que vá para Saúde. O custo do processo judiciário é muito maior do que o custo do medicamento”, sugeriu.