O excesso de tempo que os consumidores são obrigados a esperar em filas para passar nos caixas de supermercados, em especial dos atacadistas, vem gerando reclamações e o parlamentar quer solucionar esse problema que judia dos consumidores e que o vereador considera prática abusiva.
Tendo verificado pessoalmente a questão de demora em filas de supermercado, onde consumidores chegam a perder em torno de duas horas para passarem com suas compras pelos caixas, o vereador e segundo secretário da Câmara Municipal de Dourados, Márcio Pudim (PSDB) utilizou a tribuna da Casa de Leis na 14ª Sessão Legislativa, nesta segunda-feira (5), para expor o problema e anunciar o início de uma luta para que se possa, pelo menos, minimizar o problema, facilitando a vida da população que se sente tratada com abusividade por parte das empresas.
“Certamente muitos já passaram por um problema em comum, principalmente em feriados prolongados, quem vai aos hipermercados e é obrigado a ficar na fila de espera por uma hora e meia, duas horas, ou até mais”, apontou o edil, acrescentando que “tenho recebido várias reclamações de consumidores que vão até esses grandes supermercados e hipermercados”.
Segundo Pudim, muitos deles lembram e falam da lei da fila do banco, que exige atendimento com celeridade e cobram que igual tratamento seja também disponibilizado pelos grandes supermercados, exemplificando que “no feriado do Dia do Trabalhador, ele próprio teve que esperar quase uma hora e quarenta minutos na fila para poder passar pelo caixa”.
Ele conta ainda que conversando com as pessoas dentro do hipermercado, elas questionavam se havia funcionários suficientes para fazer o serviço e dar celeridade ao atendimento. “Neste mesmo momento”, conta ele, “uma menina veio oferecer se queria fazer o cartão de crédito, ou fazer o cadastro para ter o cartão da empresa. “Então o estabelecimento tem gente para te oferecer o serviço, mas para atender o consumidor você percebe que o negócio é meio engessado”.
Márcio Pudim resolveu então tomar uma decisão e afirmou que “nós vamos fazer aqui um requerimento, pedindo informações ao Poder Público, pedir informações também ao sindicato do segmento para ver se existe algum trabalho e se a gente pode tentar corrigir esse desrespeito ao consumidor. Só não é razoável você ficar praticamente duas horas na fila do supermercado. É claro, o preço é atrativo e faz parte da lei da oferta e da procura, da relação de consumo, do marketing, etc., mas tem que se ter respeito pelo consumidor”, avaliou o vereador.

Ele questiona: “É justo ficar uma hora e meia duas horas na fila? Não é um procedimento abusivo esse tempo de espera? A fila se estende do caixa até o fundo do estabelecimento”, ressalta e confirma: “Eu passei caixa por caixa para verificar o que estava acontecendo São 26 caixas disponíveis e outras seis que são caixas rápidas. Dos 26 caixas, 12 estavam fechados. Ou seja, são 46% dos caixas fechados em um feriado prolongado, as pessoas com pagamento na conta, Dia do Trabalhador, enfim, imagine o que é a dificuldade”. Acrescento que o assunto é de interesse local e a constituição nos garante legislar sobre esse tema. Logo, trata-se de um tema que nós, enquanto legisladores, temos que colocar a mão, temos que pensar, refletir e debater porque, até quando isso vai persistir; uma coisa que a gente observa, raramente nesses momentos de feriado prolongado, é os mercados ou hipermercados tomarem alguma atitude para tentar serem ágeis na compra e no pagamento; raramente você percebe uma ação nesse sentido. Diversas pessoas, conversando sobre isso, fizeram questão de esclarecer que fazem compras também em outros supermercados e são unânimes em dizer que esse problema não é exclusivo de único local, mas também das grandes redes de supermercado em operação no nosso município.
“Levando tudo isso em conta, vamos perguntar ao Executivo, vamos perguntar ao Sindicato, vamos oficiar às próprias empresas, para saber que ações elas têm tomado para tentar minimizar tempo de espera. Também vamos perguntar ao Procon se tem recebido reclamações, porque às vezes alguns estão reclamando de um assunto e uma grande parte está tranquila; mas para quem estava na fila do caixa e ficou ali uma hora e cinquenta, duas horas, não é razoável esse tempo de espera”.
Então, a discussão certamente vai chegar nessa casa e nós vamos legislar sobre isso, vamos fazer todo uma dinâmica de conversar, buscar informações, vamos pedir ao Poder Público uma cobrança oficial do Procon. “Na minha concepção nós vamos resolver de forma positiva, legislando sobre o tema, criando ou readequando a legislação e claro, pedir a execução de fato da lei”.
Pedindo um aparte, o vereador Franklin Schmalz (PT), que é presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Defesa do Consumidor, colocou a comissão à disposição. “As vezes a gente não consegue dar conta de todos os temas, mas eu acho que a comissão pode e deve se manifestar também sobre seu tema. Conte com o nosso apoio, afirmou Franklin.
Para finalizar, Márcio Pudim enfatizou: “Não é um projeto do Márcio Pudim; é um projeto da Câmara de Vereadores; todos nós aqui temos compromisso com isso e eu conclamo para que nós possamos trabalhar juntos e propormos uma legislação que possa coibir essas práticas abusivas, porque quando você oferta um preço na crise que está aí, o natural que é o cidadão vá até o mercado fazer sua compra, agora não pode a empresa aproveitar nesse momento e deixar o cidadão duas horas na fila, sem qualquer satisfação. Vamos trabalhar nesse tema e quem puder contribuir, dando sugestões, opinando votando, e participando ativamente, será sempre bem-vindo” encerrou Pudim.