Numero de animais abandonados é crescente; participação da comunidade é de grande importância para a proteção; há que se cuidar também dos casos de maus tratos
A vereadora Karla Gomes faz um alerta para a questão da defesa de animais que estão em situação de rua e até daqueles onde se pode identificar maus tratos por parte de seus tutores. Karla destaca que é significante o número de animais abandonados, mas lembra que a participação da comunidade é de grande importância. “Todos os dias recebo dezenas de mensagens pedindo para resgatar animais, como se fosse fácil encontrar abrigo, recursos e espaço, como se fosse obrigação minha resolver tudo sozinha. E não é,” aponta a vereadora.
Ela reafirma a necessidade da participação de cada um, que certamente traria resultados positivos quanto ao tratamento dos animais. “Eu sou vereadora, e estou fazendo a minha parte ao lutar por políticas públicas para proteger os animais, porque Dourados nunca teve nada sólido nessa área”, salientando ainda que, além do trabalho como vereadora, há algum tempo já era integrada nessa luta, destacando também que “assim como eu, muitas protetoras voluntárias também vivem sobrecarregadas emocionalmente, financeiramente e fisicamente. E ainda assim somos criticadas quando não podemos atender a cada pedido”, lamenta.

A parlamentar aproveita para fazer um desabafo, um alerta, para que as pessoas entendam de que forma todos podem contribuir para melhorar esta situação. “Por isso hoje eu falo de um assunto muito importante e que causa muita angústia em quem é ligado à proteção animal. A gente precisa deixar bem claro que, quem é considerada protetora de animais não tem a atribuição de um cargo; a gente faz parte de uma sociedade que tem compaixão com aquilo que a gente vê e o que tem acontecido. A própria sociedade tem cobrado de nós, que somos protetoras voluntárias, achando que a responsabilidade de qualquer animal que está na rua é nossa e isso é impossível, até porque a irresponsabilidade das pessoas que abandonam animais supera todo esforço que fazemos para tira-los da rua; a gente retira um animal de rua e depois vão lá abandonam outros três, quatro, cinco. Todas as protetoras estão sendo cobradas e pressionadas por pessoas que normalmente não fazem nada, só criticam. Além disso, eu preciso esclarecer aqui um fato que, além de ser eleita, a minha principal bandeira é a proteção animal. Mas isso não me dá poderes ou condições financeiras de fazer resgate todos os dias. Eu me elegi para lutar, para mudar, lutar por políticas públicas efetivas, porque a causa animal que Dourados não tem nada e eu como eleita estou fazendo o meu papel, o meu trabalho, no cargo de vereadora. O animal não é da rua; ele foi abandonado ali por algum cidadão que não tem um pingo de empatia e aí o que acontece? As pessoas acham que as ONGs, as associações das protetoras é que têm de realizar esse trabalho todos os dias, fazendo resgate; cobram de mim o trabalho legislativo, mas não cobram de mim aquilo que eu sempre fiz totalmente voluntário. Peço que respeitem as protetoras e respeitem também o limite de cada uma”.
Ela finaliza dizendo: “Abandono é questão de caráter. Cuidar dos animais é responsabilidade de todos. Isso é cidadania”.