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sexta-feira, 27 de junho de 2025

Karla Gomes: “Espero que Dourados futuramente tenha uma Secretaria do Bem Estar Animal”

A vereadora Karla Gomes (Podemos), acompanhada da presidente da Associação Refúgio dos Bichos, Fabiana Caldara, participou, neste sábado (21), do programa “Hora da Verdade”, com o radialista Oswaldo Duarte, na rádio Grande FM.

Já no início do programa, fazendo um breve balanço das atividades de seu mandato, Karla, respondendo ao seu entrevistador, disse que “nestes seis meses iniciais, temos trabalhado bastante com foco na causa da defesa animal, que é a causa que eu uma ligação muito forte, e graças a Deus, a gente tem conversado com o CCZ e Guarda Municipal, mudando alguns protocolos no CCZ, agora, recentemente, então, a gente está avançando (falta muito ainda, com toda certeza), mas eu tenho certeza, o Marçal Filho desde a pré campanha tem se dedicado, falou pra mim, a causa animal é sua e a gente vai tocar, vai enfrentar esse trabalho em conjunto e vai ter, logo, se Deus quiser, realizações na questão da causa animal”, iniciou a vereadora.

Karla Gomes: "Espero que Dourados futuramente tenha uma Secretaria do Bem Estar Animal"

Karla salientou que  a causa animal é uma questão polêmica, haja vista  que muita gente reclama que “falando de bicho, falando de animal, tem que falar da Saúde tem que falar da Educação, mas não sabe como é importante essa questão animal dentro da cidade. Ela disse que está  se deixando de lado essa questão, que ficou completamente abandonada nas últimas administrações, quando não se olhou com carinho e não se evoluiu essa discussão. “Em Dourados quantos casos de maus tratos e animais abandonados pelas ruas. É triste quando você entra com um projeto na tentativa de melhorar essa questão e recebe críticas da população. É preciso entender que a causa animal também é uma questão de saúde pública”, acrescentando que uma pauta não exclui a outra; não é porque a Karla está falando de causa animal que ela não ela não quer.  A Saúde é um direito nosso; Saúde, Educação e a causa animal; a gente precisa então, aqui na nossa cidade, mudar o pensamento; mudar a conscientização das pessoas, isso é uma questão de saúde pública; se ali naquela casa está cheia de fezes, com um monte de situações de maus tratos e uma pessoa pega uma doença, onde ela vai parar? No hospital! Então, a gente precisa mudar, fazer essa consciência e falar sim da causa animal, uma pauta não exclui a outra”, esclareceu.

A presidente da Associação Refúgio dos Bichos, Fabiana Caldara, comentando sobre a atuação da entidade, explicou a associação vem fazendo um trabalho de resgate de animais. “Eles recebem atendimento veterinário, são castrados e aí a gente faz o trabalho de procurar um novo lar para esses animais, mediante entrevista e acompanhamento do processo de adoção, para ver se tudo está dentro do esperado. A gente faz todo esse processo de acompanhamento além de um trabalho de buscar o controle populacional de animais abandonados em condições inadequadas e um trabalho de concentração”, disse Fabiana.

Karla Gomes: "Espero que Dourados futuramente tenha uma Secretaria do Bem Estar Animal"

A presidente comentou que “inclusive esse ano temos realizado campanhas em escolas, para conscientizar as crianças, mostrando quais são as responsabilidades com o animal, para que as pessoas entendam a responsabilidade antes de adotar um animal. Então a gente faz esse trabalho de forma geral”, afirmou.

Fabiana explica ainda como é desenvolvido o trabalho e o que acontece muitas das vezes, quando pessoas que amam os animais e dessa forma acaba os levando para suas casas. Elas entendem que agindo assim se transformam num um defensor do animal. Mas, para que isso aconteça de forma é preciso ter algumas informações, para que tudo aconteça de uma forma muito profissional e não da forma que a gente percebe que vem acontecendo, o que acaba trazendo um problema para ele e para todos.

Tem muita gente que por ter um bom coração, às vezes age de uma forma tão desordenada que traz um problema para ele e para todos à sua volta; a gente precisa entender que existe uma diferença entre ser um protetor e ser um acumulador de animais; a gente não pode assumir uma responsabilidade que a gente não tem condições. Assumir um número grande de animais e não ter condições de mantê-los. Fabiana conta que “a gente recebe muitos pedidos, inclusive de protetores ou não, e vai conscientizando e tentando auxiliar para que essas pessoas se desfaçam desses animais ajudando na adoção. Então a gente tenta auxiliar dentro das nossas limitações também, porque hoje existe um número muito maior de animais precisando de um lar do que o número de pessoas querendo adotar”, avalia.

Oswaldinho apontou que antigamente era mais comum na periferia, mas hoje você caminha pela cidade de Dourados e em vários pontos há a concentração de animais nas ruas, principalmente gatos e cachorros. Quando se vai para comunidade indígena, a explosão populacional dos gatos e cachorros é maior ainda.

Karla explica que “se eu peguei um animal, ele tem que ter vacina, carinho, amor, castração; porque castração é um ato de amor. As pessoas às vezes pensam assim: ah vamos ligar para associação ou para poder castrar e esse não é a nossa obrigação. O que a gente faz é totalmente voluntário e às vezes as pessoas acham que a gente recebe e nós não recebemos nada; estou falando agora como protetora e como parte da associação e aí o que que acontece, não castra dá lá seis filhotes e aí vem mais abandono.  Aí vem alguma outra pessoa e diz que quer. Só que esquece que tem que ter cuidado, que tem custo, que tem que comprar uma ração de qualidade, que tem que dar vacina, e aí acaba que o animal indo para a rua. As pessoas pensam assim: comprei um carro o poder público tem que abastecer a minha gasolina? Se eu tenho um cachorro, a responsabilidade é minha; sou o responsável por aquele animal, é uma vida e toda vida importa e é por isso que eu, Karla vereadora, estou aqui trabalhando, porque toda a vida importa; É fundamental a conscientização; temos inclusive planos para isso; a gente já está fazendo isso como associação e programas de castração, porque a gente sabe que uma grande parte da população não tem realmente condições financeiras dicas para os seus animais. Por isso lutamos por programas do governo, seja do município ou programas estaduais que promovam a castração em massa.

Queremos mais estrutura para o CCZ, tem que aumentar o canil, ou ter um abrigo; criar um canil maior. O negócio é esse mesmo, termos o controle dos animais e que as pessoas tenham realmente tenham consciência da importância disso para resolver esse problema.

Karla Gomes: "Espero que Dourados futuramente tenha uma Secretaria do Bem Estar Animal"

Ao longo dos anos nós esquecemos de falar dessa questão e hoje chegou um ponto que é preciso, é necessário, discutir e eu espero que Dourados futuramente tenha uma Secretaria do Bem Estar Animal. Hoje, o órgão responsável aqui em Dourados é o CCZ, está na lei 3.180, então muitas outras coisas a gente precisa. Futuramente, se Deus quiser, o prefeito Marçal Filho tenha um olhar especial de criar esta secretaria e nela a gente vai poder trabalhar o bem estar animal. Tem ainda a questão da castração, conscientização; a gente tem trabalhado hoje na Câmara Municipal, com bons parceiros, como a Guarda Municipal, que o comandante abriu as portas; a gente liga pede apoio e tem sido assim, sensacional, porque as denúncias antigamente ficavam apenas uma notificação e agora isso está mudando; hoje, recebeu a denúncia, verificou maus tratos, a Guarda vai também, porque é quem que pode dar voz de prisão. Então está tendo essa mudança aqui em Dourados, mas o órgão responsável hoje em relação à causa animal ainda é o CCZ. Eu sempre imaginei assim é possível criar uma parceria público privada; nós temos dois cursos de Veterinária, nós temos dois hospitais que são de universidades, fazer uma parceria para melhorar o atendimento até a esses cães, com toda certeza; até conversei com a dona Cecília e ela tá disposta; a gente poder fazer essas parcerias e também fazer parcerias com clínicas particulares; nós fizemos o projeto do centro cirúrgico que deu na média de 1 milhão e 400 mil, para criar um bloco veterinário na Anhanguera, para poder fazer essa parceria, porque às vezes as pessoas falam assim – Ah tem que ter o “castramóvel”, mas ele vai ser um custo maior para o município. Temos que colocar no orçamento é a questão da castração mensalmente; uma verba para que possa todo mês ter castração.

Consciente do trabalho que vem sendo desenvolvido, Karla desabafa: “A gente enfrenta um dia-a-dia pesado. A gente recebe esse animal porque ninguém quer e pedem para deixar levar; para você não vai dizer não, você liga para uma amiga – você pode receber, que eu não consigo mais receber? – Então tá, traz que eu vou receber esse e assim vai. Mas isso tudo tem um custo e como é que a gente se vira? Esse é um dos nossos grandes problemas, as nossas limitações. Além de não ter para onde levar, a gente depende, porque todas as associações aqui da cidade não têm um local específico; então a gente pede nas redes sociais; normalmente são as mesmas pessoas que oferecem e então está todo mundo lotado. É uma ou outra pessoa que de vez em quando aparece. A entrada de um animal num hospital particular tem um custo de R$ 600, R$ 700,00, dependendo da situação do animal. “ Ah, foi atropelado, precisa de uma cirurgia, fica internado, pode chegar a R$ 4 mil. E a gente sobrevive exclusivamente de campanhas que a gente faz; de um evento beneficente, a gente tem até depois um convênio, um convite para o pessoal; a gente posta nas redes sociais pedindo ajuda… então, graças a Deus, tem bastante gente que apoia a causa para ajudar também; os gatos, são um pouco mais independentes, eles sobrevivem melhor nas ruas do que os cães, então os cães resgatados normalmente estão em condições bem piores; as pessoas nos ligam, mas não é simplesmente a gente pegar o animal ali e vai levar para nossa casa; a gente tem que fazer o procedimento correto, porque senão isso não é uma proteção. A gente tem que levar a um veterinário; ele vai fazer a avaliação do animal, antes de levar para casa. Aí, se dá um outro problema na situação da saúde dele, então, tudo isso é um processo e a gente finaliza com a castração, tudo com um trabalho voluntário. Se fala assim, deu tudo certo, feitos todos os processos corretamente, isso vai garantir que a gente está mandando um animal saudável, que não vai colocar os animais que já existem na casa em risco.

Nós temos que discutir a educação animal. Agora vai ter a caravana da castração. No dia 4 de julho vai dar o início às castrações no Estado; começa lá em Miranda, no norte do estado. Eu tenho certeza que assim que a gente levar nosso protocolos, de toda questão do que a gente precisa para casa, tenho certeza que ele vai estar de portas abertas; ele desde sempre falou para mim – a causa animal que você que toca e você vem e me manda me passa as demandas. Mas é como você disse, acabamos de chegar nós estamos num processo que não tinha colocado – castração em todo mês, fazendo orçamento, mas eu tenho certeza que o ano que vem tudo estará funcionando.

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