Nova direção do Hospital Santa Rita quer ampliar o atendimento e uma das vertentes é iniciar atendimento também pelo SUS; outra afirmação tranquilizadora é quanto à manutenção do quadro atual que, na avaliação do diretor-geral deverá ser ampliado
Recebendo a reportagem do ReporterCidade.com.br, o diretor geral do Instituto Brasil – Amazônia de Serviços Especializados e Saúde (Inbases), que adquiriu o Hospital Santa Rita, Adalberto Dener, falou sobre a nova instituição que chega a Dourados. “Na verdade, a gente não está só no Amazonas. Estamos no Amazonas, no Acre, São Paulo, Paraná, e agora chegamos a Dourados”.

Adalberto ressaltou que “o Paraná já é vizinho aqui no Mato Grosso do Sul e a gente identificou uma oportunidade de estar no estado através de Dourados. Conhecemos o hospital no final do ano passado, 2024, e desde lá tivemos várias conversas com a atual ainda, ou os atuais proprietários do hospital Santa Rita; a gente identificou uma oportunidade de recolocar o Santa Rita em um outro rumo, dado algumas situações de dificuldade, que hoje, infelizmente, é normal no Brasil inteiro. Então essa oportunidade de fazer com que uma instituição que tem 100 anos, que é o Inbases, aportar esse recurso e fazer a aquisição do hospital, inclusive com uma coisa diferente do que tem – uma parte do hospital a gente vai direcionar para o SUS e, agora com essa junção de Dourados e região, pois existe sim uma demanda, para que se amplie os atendimentos, especialmente de leitos, cirurgias, alguns mutirões e é nisso que a gente se baseia – abrir uma parte do hospital para esse atendimento que a gente chama de eletivo”, comentou esclarecendo ainda que “o pronto-socorro, por exemplo, continua sendo apenas privado e também para o plano de saúde; agora os leitos de UTI, consultórios, exames, por exemplo, isso tudo a gente está abrindo para o SUS. Então por exemplo a gente ainda tá fazendo um estudo né de quais especialidades a gente pretende inclusive disponibilizar para o SAMU da região ou trauma ou cardiológica para que o hospital também receba esses pacientes atendidos pelo Samu”.

Questionado se esse atendimento já iria ser de imediato, essa implantação, Adalberto foi enfático ao dizer que “a pressa a gente tem, porque identificamos que existe uma demanda, mas a gente também tem que respeitar todo o trâmite burocrático das instituições públicas, seja Secretaria Estadual de Saúde, a própria Secretaria Municipal de Saúde, então é um rito que temos que respeitar, da própria gestão pública em habilitar e credenciar essas contratualizações, mas a gente pretende fazer isso o mais rápido possível e se Deus quiser, já no próximo mês de junho já teremos algumas coisas abertas; a gente tem essa expectativa”, apontou, acrescentando que “a gente não tem a caneta para fazer isso acontecer, a questão do próprio recurso temos que respeitar tudo isso mas, já sinalizamos e anunciamos para as secretarias estadual e municipal de Saúde nosso interesse de abrir essas portas, esses vários caminhos para se chegar ao serviço público também dentro do hospital”, completou
A escolha
Na conversa com ao Retrato Cidade, Adalberto Dener foi perguntado – Você que já trabalha com várias sociedades, vários estados, como é que você diria sobre o que vê de bom, o que lhes encantou no Hospital Santa Rita? O diretor geral relatou que “primeiro – uma coisa que existe e que é bonito de ver – a identificação que o povo de Dourados tem com esse hospital, o respeito, e todo esse acolhimento ao longo de mais de 50 anos; que o Hospital Santa Rita faz parte insolúvel da história de Dourados e a gente quer manter essa história, claro, aumentando, modernizando o hospital, mas a gente respeita; é um hospital que, além de renome e de respeito de toda a sociedade de Dourados e região, a gente acredita que tem um potencial de atendimento muito grande tanto para os planos quanto para o SUS; também então há um interesse comercial evidente, porque não se vive de caridade na verdade mas há também uma visão de que esse hospital é uma base fundamental para a Saúde de toda a região”.

Para encerrar, o diretor fez questão de agradecer. “Eu só quero agradecer, primeiramente toda a direção (a gente levou cinco meses para negociar e chegar nesse momento; agradecer os funcionários se mantiveram firmes aí nos seus postos, mesmo na expectativa do que iria acontecer; agradecer as lideranças do município que nos acolheram desde o primeiro momento que procuramos e ao povo de Dourados, dizendo que a gente espera atendê-lo bem, como sempre foi atendido pelo Hospital Santa Rita”, sendo ainda perguntado se haveria a manutenção do pessoal que já trabalha aqui, ele foi claro dizendo que não vai trazer muita gente nova para cá. “A intenção é que todo o quadro se mantenha. Não há nada de fora que a gente queira trazer, nem médicos, nem funcionários. Eventualmente e especialmente na área médica se caso (e aí não aconteceu até agora), de alguma especialidade que a gente não encontrar, de algum corpo clínico que não queira atuar no hospital, mas a gente já identificou que existe especialidades amplas na cidade de Dourados e a gente quer manter isso. Então é um hospital da cidade, para a cidade, feito por douradenses”. Como é comum em momentos como esse, existe sempre alguém preocupado com algum corte, no que ele afirmou: “Não, pelo contrário; o hospital hoje tem o seu quadro, e o que a gente tem diz respeito a uma quantidade, um quantitativo de atendimento e o que o hospital tem hoje é um percentual muito baixo. Pelo que o hospital apresenta então, a ideia não é dispensar, é contratar muito mais pessoas porque o quadro hoje está mínimo”, finalizou.

Presente à solenidade, o deputado estadual Zé Teixeira avaliou positivamente a chegada da Inbases a Dourados. “Olha, na minha avaliação, é um grupo novo, grupo que pelo que eu conversei, entende muito de saúde; já tem o estado do Acre, totalmente administrado por eles, grande parte de Rondônia, Amazônia, está entrando no Paraná, e estão entrando aqui. Em Dourados falta Saúde, porque nós somos um polo regional e a Saúde está aí, esperando inaugurar esse Hospital Regional para ver se melhora alguma coisa. Então eu acho que é de grande valia esse grupo novo e ainda mais para entrar firme no público/privado, já que ele vai atender o SUS, além de atender o particular. Eu acho isso muito bom, é um avanço muito grande para um hospital que estava praticamente sem contribuir para nossa saúde e agora pode entrar com uma grande contribuição e melhorar tanto dourados como região”, elogiou.
Matéria e Fotos: Carlos Marinho